As Conferências dos
Capuchos “Educação, Arte e Cidadania: O diálogo social”, terminaram no passado sábado, 28 de abril, desta vez sob
o lema “Questionar, compreender e agir”. Receberam os presentes a Profª
Adelaide P. da Silva, do Centro de Formação AlmadaForma que traçou as aspirações da organização para este I Ciclo de Conferências e o balanço que considera muito positivo das duas jornadas anteriores; também tomou a palavra a subdiretora da ES do Monte de Caparica que
enfatizou o orgulho da coorganização e
do papel que a escola tem desempenhado na comunidade não só na sua função
educativa e formativa mas de promoção da integração e diálogo social e
intercultural. Saudaram os conferencistas da tarde e a audiência, agradecendo a
comparência, mais uma vez, da Dra. Elisa Marques, Coordenadora da Equipa de
Educação Estética e Artística do MEC, do Dr. Prof. Doutor Fernando Reis,
Diretor Geral da Educação e também do Diretor Adjunto da DRELVT, Dr. João
Passarinho. A Dra. Ana Gameiro, representando novamente a CMA sublinhou o
agrado de acolher no Convento dos Capuchos o evento e o trabalho de colaboração
e parceria ao longo dos anos, tanto com o Centro de Formação como com a ES
Monte de Caparica.
Num apontamento de
transição nos trabalhos, ouviu-se um fado, “Ó gente da minha terra”,
interpretado por Leonor Arrimar, acompanhada por Rafael Neves na guitarra,
ambos alunos da escola.
As comunicações da tarde
iniciaram-se com o Engº Diogo Simões
Pereira, da EPIS, Empresários pela Inclusão Social que apresentou o trabalho
desenvolvido pela associação ao longo de seis anos, na que designou área de realização
do potencial dos jovens. O trabalho, que incide sobretudo na área da educação
pela inclusão socia,l desenvolve-se em intervenções ao nível da família, da
escola e da comunidade. O apoio prestado pela EPIS, ligado ao mundo e lógica
empresariais foi também disponibilizado às
escolas e estruturas sociais da região de Almada.
O Prof. Doutor David
Justino, ex-ministro da educação, começou por percorrer os diferentes temas e
reflexões propostos no presente ciclo de conferências e identificou um conceito
que considerou estar em falta, o do “conhecimento”. A partir da reflexão do que
é educar, resumiu-a na afirmação de que “educar é, acima de tudo, capacitar”.
Referiu a controvérsia em torno do conceito de “competências” e preferiu uma terminologia
própria, propondo o enfoque na definição de “capacidades”, à qual atribuiu
várias vertentes: a do conhecimento, a das competências, a da experiência, a
das predisposições. Defendeu a revalorização do conhecimento e da cultura
científica, não obstante a valorização, em simultâneo, do conhecimento que
advém da cultura e das artes, numa outra dimensão do conhecimento: a
humanística.
Seguidamente tomou a
palavra a Dra. Helena Barroco
em representação do Dr. Jorge Sampaio como Alto Representante das Nações Unidas
para a Aliança das Civilizações, que não pôde estar presente, apresentando a
perspetiva da Aliança das Civilizações que se desenvolve no plano global se prolonga
até ao nível local, atingindo as comunidades. Focalizou os principais
objetivos, nomeadamente o de contribuir para a abordagem positiva da
diversidade e torná-la um fator de inclusão, diálogo e desenvolvimento; o de estimular
a mudança de atitudes e de perceções, combatendo estereótipos e preconceitos; o
de estimular o desenvolvimento da chamada competência intercultural e também da
literacia cultural. Enfatizou a necessidade de apetrechar os cidadãos com
competências para lidar com a diversidade como uma vantagem e não como uma
obrigação, um fardo ou limitação. Apresentou dois vídeos, um sobre a génese e
objetivos da Aliança e outro sobre uma das iniciativas que é a das Escolas de
Verão da Aliança das Civilizações cujas edições mais recentes têm tido lugar em
Portugal.
A sessão continuou com a apresentação do Coro Juvenil da Academia de Música
de Almada, dirigido pela Maestrina Marta Costa, interpretando Cantique de Jean Racine, de G. Fauré
e o 1º andamento de Gloriain Excelsis Deo, de A.Vivaldi.
Terminou-se a sessão,
realizada na sala do piano, com a entrega dos prémios do concurso anual de
Desenho da escola, na sequência de projetos de sensibilização ao património
local. Este ano, em colaboração com
Centro de Interpretação da Mata dos Medos e professores da Universidade Nova de
Lisboa, o produto do trabalho desenvolvido esteve patente na exposição Floralis que integra o programa
destas conferências. Os prémios, financiados pelo Clube de Rotários da Costa da
Caparica, foram entregues aos seguintes alunos: 1º Lugar – Samuel
Ferreiro; 2º lugar – João Filipe
Monteiro; 3º lugar – Carolina Lia Santos.
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