Cus de Judas
António Lobo Antunes
Um homem e uma mulher- dois
náufragos na noite “como um eremita que encontra outro eremita à esquina de uma
praga de gafanhotos”, uma canção de engate amarga e desencantada povoada de
corpos mutilados.
Dois estranhos num bar; uma
sucessão de copos num rio de álcool e uma enchente de memórias de guerra. Os
dois náufragos-estranhos derivam juntos, sem se aproximar. Nem os lençóis do
amor frio os chegam a aproximar.
João Marques
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